Se você já respondeu, na página anterior, a quem
daria a chave do seu cofre, vamos agora imaginar outra situação.
Um dia ele se comove e resolve ajudar. Todo o mês passa a dar para você um dinheirinho, a ajudar para que seus filhos possam estudar, a oferecer uma cesta com diversos alimentos. Sua família, ao acreditar que sua vida melhorou muito, fica feliz e agradecida.
Entretanto, o ricaço ajuda o outro pobre de maneira bem diferente. O convida para trabalhar em sua empresa e lhe oferece um excelente salário. Pouco tempo depois, ele e a família podem fazer passeios que não faziam antes, seus filhos começam a freqüentar uma boa escola particular, têm acesso a bons médicos e passam a se vestir bem. Orgulhosos, agora eles andam de cabeça erguida. Vocês, que têm outro tipo de auxílio, olham para eles e mal os reconhecem.
Até que um dia, o ricaço morreu,
mas fábrica está cada vez melhor.
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Ao remendar uma roupa melhoramos sua aparência, mas ela continua tão velha quanto antes. Este é o mesmo efeito que donativos do governo têm na vida dos pobres: um mero remendo. Eles passam a ter mais, porém sua vida continua precária como sempre foi.
É muito fácil, para qualquer governo, distribuir para o povo o dinheiro que arrecada com impostos e taxas pagas pelos brasileiros (inclusive o pobre quando faz qualquer compra no supermercado). É um método que agrada aos necessitados, que são pouco exigentes e se contentam com qualquer coisinha a mais. Porém não requer do governo muito planejamento, nem muito trabalho. É simples, basta abrir os cofres.
Para saber se a vida do povo melhorou, como afirmam, basta retirar todas os donativos que recebem do governo. Ele verá, então, que a mudança em que acreditava era imaginária, pois na verdade nada mudou. Ele continua como sempre foi, um ser incapaz de viver bem por conta própria, sem depender dos outros.